Atividades

 Tal como o próprio nome indica, nesta página vamos publicar as atividades que desenvolvemos ao longo do projeto. Durante o projeto iremos fazer algumas saídas de campo, visitar ETA´s, entre outras atividades.






 
Aqui fica o questionário que fizemos à população do concelho Serpa sobre os seus poços.








Análises das amostras de água retiradas
dos
poços em estudo




Teste dos niveis de pH à água do poço de Ficalho
                                                                         Img.1- Análise do pH
Teste dos niveis de pH à água do poço de Serpa
   
                                                                           Img.1- Análise do pH

Teste do pH

O pH é o símbolo para a grandeza físico-química potencial hidrogeniónico ou potencial de hidrogénio que indica a acidez, neutralidade ou alcalinidade de uma solução aquosa. O pH pode ser determinado usando um medidor de pH (também conhecido como pH metro) que consiste em um elétrodo acoplado a um potenciômetro. O medidor de pH é um mil voltímetro com uma escala que converte o valor de potencial do elétrodo em unidades de pH. Este tipo de elétrodo é conhecido como eletródio de vidro, que na verdade, é um elétrodo do tipo "ião seletivo".





Teste do Sulfato à água do poço de Ficalho
Img.1- Preparação da amostra de controlo para comparar com a água do poço em estudo
 
                                                                 Img.2- Preparação das amostras



                                                            Img.3- Preparação das amostras


                                                                          Img.4- Resultado



 Teste do Sulfato à água do poço de Serpa



                                    Img.1- Preparação da amostra de água do poço de Serpa



                                    Img.2- Comparação do resultado final com a amostra de controlo

 Teste do Sulfato

O sulfato está largamente presente em águas naturais numa vasta gama de concentrações. Não é tóxico mas tem que ser mantido abaixo de um certo limite, de modo a prevenir a criação de um gosto desagradável da água. As concentrações são particularmente maiores perto de águas com descargas mineiras. O sulfato é extensamente usado como um nutriente na agricultura.





 Teste do Fosfato à água do poço de Serpa


                                                       Img.1- Preparação do teste de fosfato




                                                        Img.2- Comparação do resulrado da cor


Teste do Fosfato

Os fosfatos são amplamente introduzidos no ambiente a partir de fertilizantes agrícolas, produtos de limpeza e de lavagem, acondicionadores de caldeiras e tratamentos de água potável. Em níveis altos, os fosfatos estimulam o crescimento de organismos fotossintéticos que podem contribuir para eutrofização de lagos, rios e lagos. Isto leva a que seja importante supervisionar e controlar as descargas de fosfato no ambiente.   



Teste do Ferro à água do poço de Ficalho


                                                     Img.1- Comparação do resultado da cor






 Teste do Ferro à água do poço de Serpa

                                                      Img.1- Comparação do resultado da cor




Teste do Ferro

De uma forma geral, as águas subterrâneas e superficiais não contêm mais do que 1 m/L (ppm), mas devido ao escoamento de águas em zonas mineiras e industriais, já se observaram níveis mais altos de ferro. O Ferro na água é mais um incómodo do que um perigo, podendo manchar a roupa e dando à água um sabor amargo-doce.




Teste do Nitrato à água do poço de Ficalho 

                                                  Img.1-Resultado da cor no teste do nitrato





 Teste do Nitrato à água do poço de Serpa
  Img.1-Resultado da cor no teste do nitrato

Teste do Nitrato
Os iões de nitrato estão presentes em pequenas quantidades em água de superfície e em níveis mais elevados em algumas águas subterrâneas. Em águas residuais domésticas o nitrato encontrasse apenas em pequenas quantidades. Quantidades excessivas podem contribuir para metaemoglobinemia: morte em crianças e adoecimento em adultos.


Teste da Dureza à água do poço de Serpa e Ficalho


                                               Img.1-Preparação do teste da Dureza da água





                                                Img.2-Preparação do teste da Dureza da água



                                            Img.3-Resultado e comparação das duas amostras





 
Teste da Dureza
No passado, a dureza da água foi definida como a capacidade da água para precipitar sabão. Descobriu-se mais tarde que as espécies iónicas na água que causam a precipitação eram o cálcio e magnésio. Presentemente portanto, a dureza da água é na realidade uma medição quantitativa desses iões na amostra de água. A medição e consequente controlo da dureza da água é essencial para prevenir a deterioração e obstrução de canos de água. 





Teste dos Cloretos à água do poço de Serpa e Ficalho



                                                            Img.1-Teste dos cloretos


Teste dos cloretos

Os Iões de Cloretos são um dos maiores aniões na água e águas residuais. Apesar das altas concentrações de cloretos na água não serem tóxicas para os humanos, a regulamentação da sua concentração é devido principalmente ao paladar. É essencial supervisionar a concentração de cloretos em sistemas de caldeiras de modo a prevenir danos nas partes metálicas. Em níveis altos, os cloretos podem corroer aço e ser tóxicos para a vida das plantas.



          
           Teste da Turvação à água do poço de
Serpa e Ficalho
                                             Img.1 Teste da Turvação na água do poço de Ficalho



                                              Img.2 Teste da Turvação na água do poço de Serpa








Teste da Turvação
Por definição, a turbidez é causada pela presença de materiais em suspensão, isto é de materiais que não estão dissolvidos no fluido, cuja presença altera as suas propriedades óticas. A turvação pode assim ser causada por uma enorme variedade de matérias em suspensão, de origem orgânica ou inorgânica, variando em dimensão desde partículas coloidais até sólidos de dimensões macroscópicas. Não sendo uma grandeza física, a turvação não pode ser medida diretamente recorrendo a uma única propriedade do fluido ou dos materiais nele suspensos, sendo antes avaliada pela comparação com padrões arbitrariamente estabelecidos por normas técnicas, os quais em geral diferem consoante o sector de atividade e o objetivo da medição.


 
Tabela dos resultados obtidos nos testes para determinar a qualidade da água dos locais em estudo

Testes

Poço da Horta do Botas

Poço de Serpa

pH

6,9

6,4

Sulfato

100mg/l

90mg/l

Nitrato

0mg/l

44,3mg/l

Ferro

0mg/l

0mg/l

Fosfato

0mg/l

0mg/l

Turvação

2,26

0,01

Cloretos

0mg/l

0mg/g

Dureza

0mg/l

0mg/l
































Valores paramétricos definidos no Decreto-Lei n.º 306/2007 - Artigo 41.º





Parâmetro
Valor paramétrico
Unidade observação
pH
≥ 6,5 e ≤ 9
Unidades pH
Sulfato
250
mg/l
Nitrato
0,50
mg/l
Ferro
0,1
mg/l
Fosfato
---
---
Turvação
4
UNT
Cloretos
250
mg/l
Dureza
0
mg/l

















Após a realização de alguns testes para determinar a qualidade da água dos locais em estudo, comparámo-los com os parâmetros que definem uma água potável.

Chegamos à conclusão que a água do poço da Horta do Botas se pode classificar como uma água potável. Estes bons resultados, em parte podem dever-se à precipitação que tem caído nos últimos tempos, que terá diluído possíveis contaminantes.

Já a água do poço de Serpa, apresenta um valor de pH inferior ao dos valores paramétricos, e um valor bastante elevado de Nitrato.

Para verificar se seriam águas potáveis, analisámos o Decreto-Lei n.º306/2007, Artigo 41.º Parte III-Parâmetros indicadores, e chegámos à conclusão que a água do poço da Horta do Botas está dentro de todos os valores paramétricos, como se deduz pela observação das tabelas. Ao contrário deste, a água do poço de Serpa já não se encontra dentro de todos os valores paramétricos, como se deduz pela observação das tabelas, nomeadamente, o valor do pH e o do Nitrato não se encontram dentro do permitido numa água potável, sendo o valor do Nitrato o mais preocupante. Este facto poderá dever-se á contaminação dos fertilizantes utilizados na agricultura, visto que este poço se encontra junto a um olival intensivo.





Bibliografia: http://dre.pt/pdf1s/2007/08/16400/0574705765.pdf








 Visita de estudo à ETAR de Serpa






Tal como estava previsto, no dia 7 de Novembro, realizámos mais uma visita de estudo, desta vez à ETAR de Serpa. O objetivo desta visita era ficarmos a conhecer as fases de tratamento das águas residuais.


Esta ETAR funciona em arejamento prolongado, ou seja, as bactérias transformam a matéria orgânica em inorgânica, ou seja, fazem a decomposição.

Na vala de oxidação existem dois tipos de bactérias, as aeróbias e as anaeróbias. As aeróbias necessitam de oxigénio para sobreviver, e para isso ocorre uma agitação na vala para facilitar a entrada de oxigénio.




Fig.1- Chegada do Grupo à ETAR
Estrutura da ETAR:
- Obra de entrada - a água antes de entrar na ETAR passa por um tamisador onde ficam retidos os materiais sólidos, que são encaminhados para contentores através do tubo do tamisador e de seguida vão para o aterro.
É na obra de entrada que se faz o desengorduramento e o desarenamento (retirar gorduras e areias). Aqui também se fazem descargas de lamas que vêm do decantador.


Fig.2- Obra de entrada



Fig.3- Descarga de lamas



- Vala de oxidação - nesta vala existem micro-organismos que servem para degradar a matéria orgânica.
Os técnicos fazem um teste, Cone de Imhoff, que consiste em encher um cone com um litro de água da vala. Aguarda-se 30min e vê-se o nível da lama. Se o volume das lamas for inferior a 700ml, estas são reencaminhadas para a obra de entrada, para valores superiores são espessadas.
O movimento que ocorre nesta vala é para as aeróbias, ou seja, estas bactérias precisam deste movimento para sobreviver, pois este introduz oxigénio na água.
Era suposto haver um coletor para a água da chuva e outro para as águas residuais, infelizmente isso não acontece, o que dificulta o tratamento das águas. Se existissem dois coletores as águas da chuva iam para um, onde o tratamento seria mais simples, e as águas residuais iam para outro, onde o tratamento era mais complexo.
Fig.4- Vala de oxidação
Fig.5- Teste do "Cone de Imhoff"
- Decantador - é no decantador que as lamas se separam da água, ou seja, as lamas vão para o fundo. Ainda existem lamas que ficam à superfície, estas lamas são “raspadas” e são encaminhadas para o espessador (outro processo de decantação). As lamas vão para um contentor e seguem caminho para o aterro.

Fig.6- Decantador
A água do decantador sofre um tratamento terciário, ou seja, passa pelos filtros e ainda sofre um tratamento de raios UV.

Fig.7- A- Filtros e B- Tratamento UV
Existem dois tipos de filtros, os de areia e os de tela. Estes filtros só são limpos quando se entopem.
Os espessadores servem para fazer uma segunda decantação. As lamas continuam a ser espessadas, adicionando-se um polímero para diminuir o teor de humidade, e a água volta para a obra de entrada.
Fig.8- Espessadores
Fig.9- Espessamento de lamas
Fig.10- Espessamento de lamas
As águas depois de tratadas vão para o Barranco de Cheixou, barranco esse que vai desaguar ao Rio Guadiana.
Cada ETAR tem que ter uma licença de descarregamento. As Águas Públicas do Alentejo estão à frente desta ETAR desde Setembro de 2010. O funcionamento desta ETAR, antes de ser da responsabilidade das Águas Publicas do Alentejo, estava a cargo da camara municipal de Serpa.
Nesta ETAR só trabalha um funcionário a tempo inteiro, e tem como função verificar o funcionamento da ETAR e resolver/alertar para alguns problemas que surjam, como problemas elétricos, morte das bactérias e descargas anormais.
 Entrevista na Câmara Municipal de Serpa à Sra. Engenheira do Ambiente Teresa Ramalho




No dia 24 de outubro deslocámo-nos ao Estaleiro da Câmara Municipal de Serpa para falarmos com a Engenheira do Ambiente Teresa Ramalho, que é a responsável do controlo da qualidade da água. O objetivo desta conversa era ficarmos a saber até que ponto a câmara era responsável pelo controlo e qualidade da água utilizada pelos munícipes.


O abastecimento de água da rede pública que é responsabilidade da câmara provém da ETA do Enxoé. A fonte de poluição mais preocupante é a eutrofização, devido á desmatação prévia da área da albufeira, que não foi feita, e à pecuária. Hoje estas situações já estão mais controladas e a qualidade da água melhorou. Em termos da quantidade da água, está assegurado o consumo dos habitantes do concelho.


A recolha dos dados do consumo de água é feita pelo ERSAR (Entidade Reguladora dos Serviços de Águas e Resíduos) e o INAG (Instituto da água). Antes da construção da barragem do Enxoé havia problemas com a disponibilidade de água, que a partir da data em que essa obra foi concluída, deixaram de existir.

Em 2011 gastaram-se por dia 190l/dia por habitante, este valor está dentro da média Nacional. A maior parte da água consumida no concelho de Serpa vai para o consumo doméstico, devido à fraca produção industrial do conselho, e ao facto de na agricultura se utilizarem as águas de furos e poços. Em relação ao consumo de água dos últimos doze anos existem dados que confirmam o seu aumento, devido à mudança dos hábitos de higiene, e, por outro lado, também não há sensibilização das populações, quanto aos gastos exagerados e à poupança deste recurso.

Os planos de ordenamento de Albufeiras são responsabilidade da ARH do Alentejo (Administração da Rede Hidrográfica do Alentejo), que tem a responsabilidade da gestão dos recursos Hídricos desta região do país.

No que diz respeito ao controlo da qualidade da água, este processo faz-se mensalmente tal como manda o Dec. lei 306/2007, que define o plano de controlo da qualidade da água, tanto em alta como em baixa.

Também é da responsabilidade da câmara de 3 em 3 meses publicar os resultados da qualidade da água no sítio eletrónico da câmara e em editais expostos nas juntas de freguesias, sendo que as pessoas quando quiserem, podem deslocar-se à camara e pedir esses resultados. A responsabilidade da câmara começa nos depósitos e acaba nos contadores das casas, ou seja, a responsabilidade começa na ETA, passa pela câmara e acaba nos proprietários das casas das pessoas.

Alem destas informações o nosso grupo tinha preparado algumas questões.

Perguntas colocadas pelo grupo à camara:



Alunos durante a entrevista à Sra. Engenheira Teresa Ramalho

  1. A disponibilidade de água é a mesma em todas as freguesias do concelho?
  2. Quais são os tipos de captação de água mais comuns no concelho?
  3. A câmara municipal define medidas de proteção e preservação dos recursos hídricos? Quais? Essas medidas normalmente são cumpridas?
  4. Com que regularidades se fazem testes à água da rede pública? Nesses testes a qualidade da água normalmente está dentro dos parâmetros? Se a água não estiver dentro dos parâmetros quais são as medidas que se tomam?
As respostas:

1. Por freguesias, a disponibilidade da água é a mesma, a única diferença é a sua origem, que pode ser superficial ou subterrânea.
2. Os tipos de captação de água mais comuns no concelho são a captação superficial e a captação subterrânea. A captação subterrânea e superficial utiliza-se em Brinches, Vale do Poço, Sta. Iria, Vila Verde de Ficalho e Vale Vargo. A captação é superficial em Pias e Vila Nova de S. Bento. Na cidade de Serpa pratica-se a captação subterrânea e superficial, estas águas são encaminhadas para uns depósitos onde se dá a mistura destas duas origens.
3. Quando a câmara municipal tinha a responsabilidade da captação em alta, definia medidas de proteção e preservação dos Recursos Hídricos. Consoante é a localização dos aquíferos, assim são as medidas de proteção e preservação que são tomadas. Atualmente a câmara já não é responsável pelas captações, que passou a ser da A.P.A. (Águas Públicas do Alentejo).
4. Fazem-se testes à água da rede pública de mês a mês. No ano de 2011 a câmara não teve nenhum incumprimento quanto à qualidade da água. Caso existam problemas na qualidade da água, a câmara tem 24h para avisar a D.R.S. (Direção Regional da Saúde).

Visita de estudo ao enxoé



Fig. 1- ETA do Enxoé


No passado dia 17 de Outubro realizámos uma visita de estudo à ETA da Barragem do Enxoé. Esta obra foi concluída em 1998 e, desde então, faz o tratamento das águas da albufeira. Esta albufeira tem um volume de 12,5hm3 e desses 12,5hm3, 0,9hm3 são chamados o volume morto, ou seja, o fundo da albufeira (lamas e água impropria para o consumo).
Atualmente a albufeira contem cerca de 80 % da sua capacidade. A cota máxima da barragem é de 176 m, mas atualmente a sua cota é de 133,30 m.
A captação de água divide-se em 3 setores, o setor de fundo (165,50m), o setor intermedio (169,30m) e a superficial (171,90m). A captação de fundo já não se pratica devido à má qualidade da água no fundo. Anualmente fazem-se duas descargas de fundo para limpeza do fundo da albufeira.
As águas podem classificar-se como:
A1 – Águas boas;
A2 – Águas intermédias;
A3 – Águas más.
(Decreto lei nº236/98, 1 de Agosto)
As fontes de poluição que afetavam esta albufeira eram:
Ø ETAR de Vale de Vargo;
Ø Herdade da Abobada – Restos da queijaria;
Ø Gado.
Devido a estas fontes de poluição a barragem ficou com uma grande degradação/contaminação, sendo um dos seus maiores condicionantes o excesso de algas.
Em 2006/2007 as Águas Públicas do Alentejo entraram em parceria com a EDIA e com o INAG, com o objetivo de tratar a água da albufeira.
As ações tomadas foram:
1. Reforço das vedações;
2. Abertura de valas para a filtração e retenção de águas;
3. Dragagem em torno da torre de captação;
4. A ETAR de Vale Vargo começou a funcionar com as devidas condições;
5. Aumentou-se o paredão da albufeira, passou a ter mais de capacidade.
Passados quatro ou cinco anos verificou-se uma grande melhoria em relação ao Azoto amoniacal.
                                                                       Fig.2- Albufeira do Enxoé
No ano de 2009 houve uma seca, o que levou a um renovamento de cerca de 70% da água da albufeira. Habitualmente, os meses de Outono e Inverno são responsáveis por 60 por cento da precipitação anual no Alentejo. Se 2009 respeitasse a média de 1971-2000, isso corresponderia a cerca de 342 mm de chuva. Acontece que em Setembro de 2009 a pluviosidade chegou apenas aos 32 mm e Outubro foi ainda mais seco - apenas três milímetros, menos que em Agosto. Esta situação levou à renovação da albufeira, ou seja, por estar com pouca água a albufeira foi perdendo as lamas que estavam mais no fundo e, consequentemente, quando a seca acabou a albufeira renovou cerca de 70%.
Atualmente a água que a albufeira contém é suficiente para abastecer a população durante mais dois anos, mesmo sem chover. Caso seja necessário esta ETA pode receber água da barragem de Brinches e em casos extremos os agricultores podem ir buscar água à albufeira do Enxoé.
Nesta Albufeira podem ser realizadas algumas atividades para o contato com a natureza e com o meio em torno destas águas. Estas atividades são:
1. Andar de barco sem motor e respeitar o perímetro de captação;
2. Pesca sem engodo;
3. Pode-se tomar banhos, mas não é aconselhável.
É de referir que era suposto haver sinalização no local, mas no entanto não foi colocada.
Infraestruturas da Barragem do Enxoé:
Ì Paredão;
Ì Descarregador de superfície;
Ì Descarregador de fundo (este já esta desativado há dez anos);
Ì Torre de Captação.

                                                                       Fig.3- Torre de captação e paredão
O grande benefício destas barragens é que ao consumirmos estas águas, não estamos a esgotar os recursos subterrâneos. Também leva ao aparecimento de novas espécies, mas ao mesmo tempo leva ao desaparecimento de outras.
Na barragem também foi construído um canal ecológico, com o objetivo de deixar sair água para a Ribeira do Enxoé. No verão saem 0,5 l/s para o caudal da ribeira, e 1,7 l/s no inverno.
Esta ETA é responsável pela captação em alta, e por sua vez as Câmaras Municipais são responsáveis pela captação em baixa.
As águas públicas do Alentejo abrangem 21 municípios, sendo que apenas Ferreira do Alentejo, Montemor e Arraiolos os concelhos que não fazem parte desta rede.
Atualmente tratam-se 180m3/h de água, o que quer dizer 4000320l de água, em média, por dia. No entanto a ETA tem a capacidade para tratar 225m3/h
Etapas de tratamento:
1- Captação na albufeira;
2- Transporte (é gravítico para a ETA)
3- Pré-oxidação com o dióxido de cloro;
4- A água entra na ETA (arejamento) onde ocorre oxidação de óxido de ferro e manganês e trocas gasosas entre a água e o ar;
                                                    Fig.4- Torre de arejamento
5- Depois vai para o 1º tanque de mistura/oxidação de óxido de cloro (o agitador serve para misturar o reagente na água;
                                                      Fig.5- Tanque de decantação
6- Passa para a 2ªcamara de mistura onde adicionam o coagulante, o coagulante tem a função de juntar as partículas;
7- De seguida passa para a 3ª câmara de mistura, ai o agitador é lento e tem como objectivo que as partículas se agarrem, ou seja, os flocos vão crescendo para depois decantarem. Na saída adicionam um floco coagulante que faz com que os flocos cresçam;
8- Depois a água sai e vai-se distribuir por dois decantadores onde se adiciona carvão activado em pó. Este carvão é um adsorvente e faz com que o ferro e o manganês fiquem agarrados à superfície;
9- Faz-se a decantação, fase sólida e liquida. Das fases sólidas fazem parte as lamas, que vão para o aterro situado em Beja;
10- De seguida a filtração, que se faz em 3 tanques. No fundo desses tanques existe areia, areia grossa, areia intermédia e areia fina. Estas areias fazem com que as partículas fiquem lá agarradas. O aspeto escuro dos tanques é do carvão, por turno de 8 horas, em média, são lavados 4 filtros e as areias trocam-se de 5 em 5 anos, mas anualmente repõe-se areia.


                                                       Fig.6- Lavagem da areia
Para a lavagem dos filtros gastam-se cerca de 20mil litros de água e ainda se faz a lavagem com ar. Cada tanque tem capacidade para 2040m3 de água.
Dióxido de cloro na água -como o dióxido de cloro se vai degradando ao longo do tempo, inicialmente coloca-se 0,1g/l e à saída do reservatório tem que estar a uma concentração de 0,6 g/l para chegar às nossas casas a 0,2g/l, que é o valor recomendado.
Tratamento das lamas - o tratamento das lamas faz-se numa cisterna onde ocorre a separação, depois desta as águas com baixo teor vão para a ribeira do Enxoé e as com alto teor são ensacadas e encaminhadas para o aterro em Beja.
                                                                      Fig.7- Lamas enscadas
                                                               Fig.8- Lamas deitadas para a ribeira
Adução - em termos de adução, o funcionamento é automático, mas no entanto tem que haver sempre um operador que lava os filtros, vigia os processos todos e prepara os reagentes (soluções).
As análises servem para controlar o processo de tratamento e dizem respeito aos seguintes parâmetros- pH, ferro, manganês, alumínio, turvação, dióxido de sódio e azoto amoniacal.
Transporte da água - o transporte da água para as casas das pessoas à saída da ETA faz-se através de bombas até ao concelho de Serpa. Do concelho de Serpa até ao concelho de Mértola o transporte já é feito através da força da gravidade. Isto deve-se á inclinação do terreno.
No final fizemos o papel de operador e analisámos a turvação e o pH da água da torre de arejamento e a água da cisterna.
Turvação:
-água da torre- 10,76 ntu
-água da cisterna-0,26 ntu
pH:
-água da torre- 7,61
-água da cisterna- 7,07
Após estas análises chegamos a conclusão que a água estava pronta a entrar nas casas dos consumidores.








Ribeira do Enxoé


Corredor ripicola- em poucas palavras um corredor ripicola resume-se à formação linear de espécies lenhosas arbóreas e arbustivas associadas às margens de um curso de água, constituindo um corredor de copas mais ou menos fechado sobre o curso de água.

O principal objetivo desta saída era a comparação deste barranco com os nossos barrancos em estudo e a relação entre os corredores ripícolas e o escoamento de águas e respetiva infiltração.

Na primeira paragem na Ribeira do Enxoé verificamos que o corredor ripícola estava degradado e havia alguma erosão. Nesta parte do corredor ripícola encontramos algumas plantas como o trovisco (Daphne gnidium L.), o loendro (Nerium oleander), canas (Arundo donax), silvas (Rubus ulmifolius), oliveiras (Olea sp), aroeiras (Pistacia lentiscus) , azinheiras (Quercus rotundifólia) e espargueira (Asparagus sp.) . No entanto também encontramos algumas zonas com pouca biodiversidade, apresentavam uma grande densidade de canas ou de silvas. A largura deste corredor ripícola era de aproximadamente 17metros e a temperatura da água era 13°C.

Na segunda paragem verificamos que havia uma maior biodiversidade, a água estava mais limpa e já não tinha cheiro. Nesta parte do corredor ripícola a erosão é insignificativa, o número de canas e de silvas era bastante reduzido e havia uma grande densidade de árvores, tais como, a Faia (Fagus sylvatica), o Salgueiro (Salix sp.) e o Freixo (Fraxinus angustifólia). No entanto também encontramos loendros (Nerium oleander), agrião, parreiras silvestres (Vitis vinífera), tabuas, mantrasto (Menta sp.) e mais algumas plantas. A largura deste corredor ripícola é de aproximadamente 34 metros e a água encontrava-se a cerca de 17°C.

No final da saída de campo concluímos que ao longo desta ribeira encontramos partes em que observamos um bom corredor ripícola e partes onde o corredor ripícola é mais ruim, mais homogéneo. Também verificamos alguma erosão nas margens da ribeira. Tanto os tipos de vegetação como a medida das margens da ribeira varia ao longo do corredor ripícola.

Comparação desta ribeira com o barranco em estudo "Barranco da Arraia":

A ribeira do enxoé em relação ao barranco da arraia apresenta um tipo de vegetação um pouco diferente. Esta ribeira tem zonas de canavial, silvados e zonas com diferentes tipos de árvores (freixo,faia,etc.). Enquanto que no barranco da arraia como se pode verificar nas fotos, a vegetação predominante são Cistus sp. (estevas e Sargaços), sobreiros (Quercus suber) e azinheiras (Quercus rotundifólia). Este barranco ao contrário da ribeira do enxoé só apresenta água quando chove. No entanto podemos encontrar vegetação da mesma espécie nos dois corredores ripícolas, como o loendro (Nerium oleandrer), o junco, a azinheira (Quercus rotundifólia), a espargueira (Asparagus sp.) e o agrião.

De um modo geral a Ribeira do Enxoé apresenta um corredor ripícola bastante melhor do que o barranco da arraia, há uma maior diversidade de vegetação e contem água ao longo de todo o ano.

Comparação desta ribeira com o barranco em estudo "Barranco de Serpa":

Comparando esta ribeira com o barranco em Serpa, pode dizer-se que a Ribeira do Enxoé está mais completa em termos de variedade quanto à vegetação, tem zonas de canavial, silvados e zonas com diferentes tipos de árvores (freixo,faia,etc.). O barranco em Serpa tem uma fraca variedade de vegetação, apenas apresentando ervas daninhas e algumas oliveiras.






De um modo geral a Ribeira do Enxoé apresenta um corredor ripícola bastante melhor do que o barranco em Serpa, há uma maior diversidade de vegetação e contem água ao longo de todo o ano.

 





Fig.1- A- Barranco de Serpa; B- Barranco da Arraia; C- Ribeira do Enxoé







Fig.2- Do lado direito verifica-se erosão na margem do barranco devido à ausência de vegetação

Fig.3- Medir a temperatura da água- 13ºC



                         
                                Fig.4- Medir a largura do corredor ripicola. Resultado: 17m




Fig.5- Canavial ao longo do barranco. Mau corredor ripicola- canas (Arundo donax)



Fig.6- Silvado na margem esquerda do barranco devido à intervenção humana. Silvas (Rubus ulmifolius)

Fig.7- Medir a largura do corredor ripícola. Resultado:  13,70 metros.
Fig.8- Subdivisão do ribeiro- Bom corredor ripícola - Loendro (Nerium Oleander) e Freixo (Fraxinus angustifólia)




Fig.9- Bom corredor ripícola-Freixos (Fraxinus angustifólia)











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